O Pernambuco Notícias eliminou todas as publicações que citavam a palavra ‘suicídio’, em respeito aos milhões de brasileiros que perderam de forma trágica algum parente para uma das mais terríveis doenças da atualidade, a depressão.
Em 1979 chegou a tramitar no Congresso Nacional o Projeto de Lei nº1.984 que ‘PROIBIRIA A DIVULGAÇÃO DE CASOS DE MORTE POR SUICÍDIO e DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS‘. A proibição seria válida para em todo território nacional por qualquer meio de comunicação social. Três anos depois, o importante projeto foi arquivado.
Atualmente, também na Câmara Federal, tramita o Projeto de Lei n° 2184, de 2022 que trata sobre regras para coibir a divulgação de conteúdo que induza, instigue ou constranja alguém a atentar contra a sua incolumidade física, psicológica.
Autoridades já orientaram aos profissionais de mídia a seguirem as orientações da Organização Mundial de Saúde sobre a divulgação de casos de suicídio. Ao invés de divulgar que alguém tirou a própria vida, não seria melhor entrevistar profissionais que abordem temas que evitem a tragédia?
A divulgação deste tipo de notícia pode estimular, ou até mesmo induzir a repetição da prática por outras pessoas que já estejam em desequilíbrio emocional. A vida humana é o maior bem que um indivíduo tem, e isso deve ser tratado como muito cuidado e profissionalismo. Os meios de comunicação devem ser usados para combater a violência, problemas familiares, questões sociais relacionado à pobreza, e não estimular a desconstrução de tudo isso.
O uso das redes sociais, que acabam compartilhando links de portais de notícias com conteúdo de suicídio e violência, pode induzir potencial prejuízo aos seis leitores. Os meios de comunicação não devem dar destaque à notícia de suicídio; evitar atualizações que envolvam celebridades; não usar a palavra suicídio no título; não divulgar o método utilizado; não divulgar o lugar; não publicar fotos; não divulgar catas ou bilhetes suicidas; não descrever um suicídio como inexplicável ou sem aviso; não apresentar causas; não colocar o suicídio como única saída; não tratar esse tipo de assunto como um crime ou caso de polícia; não falar em epidemia de suicídio e ficar atento à linguagem utilizada na redação da publicação. [Cartilha da CCV].
Para ganhar acesso, ter visibilidade na mídia não é preciso tratar assuntos sensíveis como ‘factual’. O jornalismo deve estar ao lado das pessoas e não na contramão conflitosa.