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MPPE reúne em compromisso instituições e sociedade pela restauração do Cruzeiro da Sé de Olinda

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 O Cruzeiro do Alto da Sé, que foi depredado em agosto deste ano, teve sua restauração acertada em um Termo de Compromisso proposto pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e assinado, nesta sexta-feira (4), por pessoas da sociedade civil e pela Prefeitura de Olinda. A obra está marcada para iniciar na próxima segunda-feira (7) e deve ser concluída no início de janeiro de 2021.

Pelo MPPE, assinaram a promotora de Justiça Belize Câmara, que atua na 3ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Olinda. Pela Prefeitura de Olinda, assinou o secretário municipal de Patrimônio, Cultura, Turismo e Desenvolvimento, João Luiz da Silva Júnior. Como representante de um grupo de ex-alunos da Academia Santa Gertrudes, que organizou um financiamento coletivo virtual para custear a obra, assinou o promotor de Justiça titular da Promotoria de Justiça de Pombos, José da Costa Soares, que foi um dos articuladores do movimento para restauração do Cruzeiro. Por último, assinou Hamilton Martins, que é profissional especializado no restauro de cantarias e é o responsável pela obra em si.

O Termo de Compromisso é um documento que o MPPE propôs para dar segurança jurídica aos serviços de restauração, para poder fiscalizar e cobrar o andamento da obra. Na verdade, os dois membros da Instituição mostram-se bem entusiasmados com a iniciativa que partiu da sociedade, antes mesmo de o MPPE entrar em cena. “Vivemos um momento raro hoje. A própria sociedade saiu em defesa de um patrimônio histórico e demonstrou afeto a esse bem, que foi atacado, e se dispôs a reavivá-lo”, definiu a promotora de Justiça Belize Câmara. “Espero que iniciativas como essa sirvam de exemplo”, comentou ela.

O promotor de Justiça José da Costa Soares motivou-se a trazer a campanha de restauração, que nasceu na sociedade para dentro do MPPE. “Foi um casamento perfeito. Houve a iniciativa dos ex-alunos da Academia Santa Gertrudes, que foi logo abraçada pelas instituições envolvidas assim que eram contactadas”, lembrou ele. “O patrimônio histórico é geralmente visto como algo secundário. Daí, monumentos são alvos de atos grotescos de vandalismo, sem uma resposta imediata do poder público e da sociedade. Esta iniciativa com o Cruzeiro da Sé busca, para além da recuperação da peça histórica em si, gerar uma reflexão nas pessoas, trazendo a causa do respeito ao patrimônio histórico à superfície. Um povo que não respeita o seu passado não tem presente, nem pode projetar o seu futuro. Vamos fomentar a ideia do pertencimento da sociedade pernambucana ao nosso patrimônio histórico, cultural e artístico”, alertou ele.

Para que a obra seja feita, a Prefeitura de Olinda se comprometeu a dar o apoio necessário à realização dos trabalhos no próprio local do monumento, no Alto da Sé, por meio do fornecimento de tapumes, andaimes, ponto de água e ponto de energia, assim como recuperar a iluminação do monumento. “Vi o engajamento das pessoas e fiquei esperançoso. Viram o patrimônio como seu e não da Prefeitura. Nossa gestão, sem dúvidas, fornecerá a infraestrutura necessária para os serviços”, garantiu o secretário João Luiz da Silva Júnior.

Na restauração, Hamilton Martins aplicará a melhor técnica e os melhores materiais, a fim de garantir a manutenção da originalidade e da autenticidade da peça histórica, comprometendo-se a entregar o restauro concluído no prazo de 30 dias, a serem contados a partir do dia em que forem efetivamente iniciados os trabalhos. “Não se trata de uma missão fácil. O braço da cruz foi quebrado com o vandalismo e já estava desgastado. Cerca de oito anos atrás, restauramos o mesmo cruzeiro. A base se encontrava quebrada por pancadas e porque nela se amolavam foices de abrir coco. Faremos o máximo”, prometeu o restaurador.

Já o grupo dos ex-alunos da Academia Santa Gertrudes realizará o pagamento dos trabalhos de restauração, que abarca a prestação dos serviços e os materiais empregados.

Histórico – O Cruzeiro do Alto da Sé é uma peça histórica originária do século XVIII, que se localiza na parte frontal da Catedral de São Salvador do Mundo, integrando o conjunto cênico do Alto da Sé, em Olinda, um dos pontos turísticos mais visitados de Pernambuco. A cruz histórica foi erguida em calcário e é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). No último dia 8 de agosto, durante a madrugada, foi vítima de vandalismo que despedaçou parcialmente sua base e lhe arrancou o braço horizontal.

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